Ó bendito o que semeia livros, livros à mão


cheia... e faz o povo pensar!
O livro caindo n'alma é germe que faz a palma, é


chuva que faz o mar!


Castro Alves


domingo, 15 de agosto de 2010

Espinhos da Coordenação

A coordenação desperta em mim a visão sobre a necessidade do registro profissional, tanto como respaldo como formalização do acompanhamento pedagógico/didático. Como registros, lanço mão de visitas em sala de aula, verificação do semanário/caderno do aluno confrontado com o plano de ensino, diário de classe (registro dos conteúdos), pesquisa de satisfação sobre HTPC, levantamento de estratégias utilizadas durante o bimestre (lista com estratégias variadas divididas por eixos de trabalho sendo que o professor deverá assinalar as que foram exploradas ou não), além de outro espaço em que o professor deverá anotar o tratamento dispensado ao conteúdo: se foi trabalhado total ou parcial e, no caso de não ter concluído o planejamento, qual foi o conteúdo. Consolido meus registros de maneira pontual e gradual, a fim de mapear o processo pedagógico. Porém, mesmo com o cuidado em não invadir a fronteira pessoal, isto pode acontecer. Se observo a prática e acredito ser necessária alguma intervenção, naturalmente devo fazê-la formal ou informalmente. Cada professor aponta um perfil diferenciado de trabalho: uns dão mais ênfase ao registro de atividades e a devida intervenção, outros entendem que a expressão corporal é de suma importância na educação infantil e, outros apostam na silabação e raciocínio lógico de forma sequenciada. Analiso os resultados. O importante é que a criança seja valorizada como ser pensante, sendo desafiada a produzir cada vez mais, apropriando-se do conhecimento. Quando o professor crê que a criança deve sair da EI necessariamente no nível silábico-alfabético, por exemplo, deixa de considerar situações individuais como maturidade, incentivo e cultura familiar, estimulando a contraprodução pelo aluno, bem como estigmatizando sua defasagem. Ora, se devo tratar cada professor como ser único, respeitando sua individualidade, por quê com o aluno deveria ser diferente? Prefiro considerar um trabalho silabado (qual o significado da sílaba DA para uma criança? DANONE tem um significado, a sílaba DA sozinha, o que é?) a ver uma professora ridicularizando uma criança. Mas, retomando, devo interferir no trabalho do professor, mesmo sabendo que o mesmo não mudará sua prática ou deixar pra lá evitando desconforto profissional? Isto tem me incomodado muito...

Nenhum comentário:

Postar um comentário