Ó bendito o que semeia livros, livros à mão


cheia... e faz o povo pensar!
O livro caindo n'alma é germe que faz a palma, é


chuva que faz o mar!


Castro Alves


terça-feira, 22 de junho de 2010

Leitura

Qual a importância da leitura em sua vida? E em sua escola? É, porque eu posso influenciar alguém a partir do momento em que estou convencida a respeito e minha atuação faz a diferença! Projeto de leitura na escola? Toda escola desenvolve um projeto com este tema. Resta saber se realmente funciona. O fato é que não podemos deixar de efetivar a prática da leitura. Como gosto muito de ler sempre pratiquei esta ação com os alunos. Sim, leitura diária. Desde o bilhete, um comunicado, uma reportagem ou leitura capitular de história. Para esta última lembro do livro Pretinha, eu? de Júlio Emílio Bras. Os alunos (5º ano)envolveram-se tanto da história que queriam mais de um capítulo por dia. Parecia uma novela. Eles torciam para a personagem principal, uma adolescente vítima de preconceito racial. Era a primeira aluna de um colégio conceituado e tradicional e sofreu perseguições. Foi prazeroso o trabalho pois, durante o recreio os alunos comentaram com outros colegas de salas diferentes e, ao final do processo, mais três salas ouviram a história. Com o 1º ano, desenvolvi o projeto Chá de Letras em que efetuava a leitura diária para os alunos. Era sagrado! Eles ficavam extasiados ouvindo! Como estratégia (simples, trabalhosa, mas extremamente eficaz) o empréstimo semanal, criou o hábito de manuseio, conscientizando as crianças sobre a importância do cuidado tendo em vista que outros colegas também se beneficiariam com o objeto em questão. Mensalmente  tomávamos um chá, após as crianças contarem diante dos colegas, fazendo uso do microfone, a história sobre o livro que haviam levado para casa. Eu organizava um conograma para que todos pudessem participar. No começo, poucas crianças demonstravam segurança, mesmo que diante dos colegas tão chegados. Após alguns chás, a inibição havia ido embora. Estabelecemos, eu e outra professora que tocava violão, um intercâmbio. Minha sala preparou o convite, por meio da escrita coletiva, explorando as características deste portador de texto, para a outra turma. E assim foi, um sucesso! Tenho saudade daquela turma e de outras que viveram um ano letivo comigo. Melhorei minha prática, aposto! Agradeço aos pequenos, obras divinas. Tenho também a lembrança de um fato acontecido com meu filho, no antigo pré: a professora, tão habilidosa (S. K.), decorou uma caixinha de leite longa vida a fim de simular uma sacolinha para empréstimo de livro(devido ao tamanho da "sacola", os livros eram bem pequeninos, a coleção Mamíferos). Toda sexta-feira algum aluno contaria a história após tê-la estudado em casa. Quando meu filho levou o livro, foi gratificante. Ele solicitou que eu o ajudasse a ler sabendo que no outro dia seria sua a responsabilidade. A cabritinha Bebé - que fofura! Como feed back, a professora disse-me que ele contou a história exatamente como estava escrito, inclusive com entonação, como eu havia contado. Ou seja, ele decorou a história. Veja o valor! Resultado: ao final do ano, com cinco anos já estava lendo, sendo que hoje lê sem relutância, interpreta e escreve com coesão, coerência e criatividade! Que felicidade para uma mãe! Ele lembra até hoje desse episódio, com prazer. Qual professor não quer marcar a vida de uma criança? Como afirma Celso Antunes: É difícil prever como será o futuro, mas acalentamos a certeza de que será da maneira que o professor o fará. Agora o "negócio" ficou sério!
http://www.pnll.gov.br/

domingo, 20 de junho de 2010

Você consegue identificar qual linha pedagógica é utilizada em sua escola?

Uma professora de minha escola fez a pergunta acima e eu não soube responder com firmeza. Como não fico satisfeita com situações incompletas, fui buscar a resposta. Num primeiro momento pensei em estudar sozinha. Depois conversando, resolvi estudar em HTPC e propus informalmente à outra professora que aceitou mas pensou melhor e afirmou não querer relembrar as aulas da faculdade, embora reconheça a necessidade em dominar as teorias de aprendizagem. Disse que preferia estudar assuntos que refletissem diretamente em sala de aula. Tudo bem. De qualquer forma eu precisava encontrar a resposta. Então vamos ao básico. Há duas linhas de pensamento:
*teóricos comportamentais= defendem que a criança aprende sobre condicionamento, como se pudesse ser programada a assimilar o conhecimento (lembra de Skiner?), são os behavioristas;
*teóricos cognitivistas (interacionistas)= defendem a criança como agente ativo, que interage com o meio fazendo uso de experiências prévias, reorganizando informações, refletindo e transformando o próprio conhecimento, ou seja, desenvolvendo a inteligência. A maturação biológica aliada à interação social e descoberta da afetividade favorecem o desenvolvimento cognitivo infantil. Neste sentido, apresento uma síntese bem enxuta a respeito dos representantes dessa linha:
*Piaget- (construtivismo psicogenético) a partir da interação com o mundo ao seu redor, a criança começa a atuar por meio de ações internas e externas modificando ativamente a a realidade;
*Vygotsky- através de interações sociais com o meio o conhecimento é internalizado e transformado. Em sua teoria  desenvolveu o conceito de zona de desenvolvimento proximal, que é entendida como a distância entre o desenvolvimento real da criança e seu potencial. Nesse contexto, o profesor é o mediador entre conhecimento e criança.
*Wallon- propõe a ideia de que a construção da inteligência está intimamente relacionada ao desenvolvimento de nossa afetividade; ambas estão a serviço da construção de um ser humano afetivo, individual, concreto e social.
*Freinet- sua pedagogia é centrada na criança e baseia-se sobre alguns princípios: senso de responsabilidade, senso cooperativo, sociabilidade, julgamento pessoal, autonomia, expressão, criatividade, comunicação, reflexão individual e coletiva, afetividade. Muitos de seus conceitos tornaram-se tão difundidos que há educadores que os utilizam sem nunca ter ouvido falar em seu nome, como é o caso das aulas-passeio, cantinhos pedagógicos, troca de correspondências entre escolas e outros.
*Montessori- sua pedagogia consiste em harmonizar a interação entre atividades motoras e sensoriais. Desenvolveu um método sobre o qual a criança, em sala de aula, fica livre para agir sobre os objetos sujeitos à sua ação, mas que já estavam preestabelecidos, como os conjuntos de jogos e outros materiais que desenvolveu, como o material dourado, por exemplo.
Enfim, de forma muito resumida delineei algumas teorias e afirmo com convicção que a linha filosófica de aprendizagem abordada em nossa escola é a cognitivista. De posse da linha de ação de cada pensador citado, a equipe pedagógica pode estruturar estratégias a fim de atingir o planejado para a criança. Ou então, atribuir as estratégias utilizadas ao respectivo teórico.
Não identifico a fonte de pesquisa considerando serem anotações em meus cadernos de registro. Pois como afirmo, gosto de escrever há tempos e nesta anotação não tive o cuidado de identifcar a procedência.