Espeto de pau? Será? Meu filho tem passado maus bocados em relação a matemática. Saiu de uma escola pública em 2009 onde o ensino era referência em Caraguá até pouco tempo atrás. Obviamente, querendo o melhor para ele o matriculei em uma escola com o sistema Etapa de ensino. Sou um pouco alienada em relação à escola privada uma vez que minha realidade é outra e ele sempre conviveu no sistema municipal em que estou completamente envolvida, indo para o estadual em 2008 na 5ª série do ensino de 8 anos, onde permaneceu por dois anos consecutivos. Em 2010 ele penou para acompanhar a matemática nesta instituição. Inicialmente eu o apoiei no sentido emocional sempre afirmando que estava em processo de adaptação e que era assim mesmo. Frequentou alguns dias em período oposto como reforço ao raciocínio lógico-matemático. No segundo semestre já não dei-lhe tanta atenção, pois como está na adolescência pensei: ele precisa ter iniciativa e buscar por si mesmo, aprender a se virar. Ele reclamava e por vezes chorava dizendo: Como vou aprender inequação se eu não sei nem equação? Posso ter pecado mas, primeiramente eu ouço a escola, pois ela tem sua própria versão em relação à não apropriação do conhecimento pelo aluno. Neste caso, compareci a uma reunião e três professores, inclusive o de matemática que se mostrou amigo dos alunos, afirmou que o Marlon se junta com mais dois colegas e fica fazendo palhaçada no momento da aula. Ah, cheguei em casa e "massacrei" meu filho. Finalmente, concluiu o ano letivo dependente da matemática para 2011 para minha frustração. Imagine, meu filho sempre bem na escola! Nunca foi um Einstein, mas em leitura e escrita por exemplo, ele supera, pode acreditar, pseudo professores. Corrige alguns inclusive! Então, iniciei uma reflexão que preciso sintetizar: será que o menino está sempre errado? Seu comportamento não está sendo desviado para a brincadeira justamente porque a aula não atende suas necessidades? Sei que fazemos muitas coisas que não são do próprio interesse nesta vida, porém elas fazem parte. Portanto, precisamos enfrentá-la. Mas quando esta situação estende-se por muito tempo, não há Cristo que aguente! Cheguei ao cúmulo de dizer ao meu filho (não estabeleça juizo de valor para a afirmação) que, pelo menos tentasse entender um pouco para tirar nota na prova, uma vez que, dependendo da profissão que escolhesse, nunca ou, pouquíssimo utilizaria determinados conteúdos matemáticos e, mesmo assim, em algumas situações, poderia lançar mão de ferramentas que calculasse por ele. Olhe o desespero de uma mãe! Hoje, após uma semana de aula, este menino inicia sua reclamação sobre a descontextualização da matemática na escola. Então pensei: Este ano não serei conivente com o descaso. Não. Segunda-feira irei à escola e apresentarei a história da Chapeuzinho Vermelho em azerbaijano e latim ao professor e diretor e solicitarei que tentem descobrir o que significa. Que é um texto conhecidíssimo e se podem me contar. Pois é, assim que meu filho se sente. Vendo o professor explicando rápido no quadro, tão simples e de domínio para um professor, mas totalmente sem sentido para o aluno. Esta semana o Marlon pediu ajuda na resolução de um cálculo e, o professor foi explicando rapidamente, apagando no caderno do aluno o que tinha feito e resolvendo a questão com sua própria letra. O que a criança aprendeu? A ter mais revolta e se achar um "burro", como ele mesmo me disse. Se a escola puder e se dispuser a rever sua didática, levará em consideração a afirmação de Piaget (1948/1973) que diz:
Todo estudante normal é capaz de um bom raciocínio matemático se a atenção for dirigida a atividade de seu interesse, e se por esse método as inibições emocionais que muito frequentemente lhe dão um sentimento de inferioridade nas lições nesta área forem removidas.
Outro dia a professora de biologia levou-os ao laboratório e deua cada aluno um pé de galinha e estudaram o material. Imagine como o aluno chegou em casa. Todo animado, explicando o aprendizado. Quem quer ensinar, tem que estar disposto a ter trabalho.
Aguarde o desfecho...
Sempre tive uma frustração no aprendizado da matemática, principalmente pelo fato de não saber onde iria aplicá-lo. Notas boas apenas por decorar algumas fórmulas? Puro engano.
ResponderExcluirRealmente, quem quer ensinar de verdade deve estar disposto a se doar, a fazer um pouco mais.
Oi,amiguinha! Obrigada pela visita.
ResponderExcluirMuito interessante tudo o que disse. Cada vez mais, a sala de aula se converte num lugar tedioso e desinteressante. Espero que isso seja reversível.Fico muito preocupada com minha filha mais velha, pois ela não está aprendendo nada de novo, e já está cansada de tanto copiar, escrever e colorir. Na verdade, ela está no segundo ano, mas tem conhecimentos matemáticos de quarto ano. Então, ela não aguenta mais ficar copiando numerais...
Que triste constatação! Ora, se a criança está conhecendo o mundo, experimentando-o e observando-o em plena fase de curiosidade infantil, confiná-la em sala de aula, sentada, ouvindo o professor falar, parece realmente coisa anormal!
ResponderExcluirÉ lamentável!
olá Debora, tudo bem?
ResponderExcluirDesculpe pela demora, mas só agora retornei de férias, seja bem vinda ao meu cantinho..
bjos